
Há uma evidente dificuldade em conceber não somente a Energia, a Força, mas sua origem. Não há, certamente, como entender Energia à parte do Tempo. Aqui estamos numa fronteira onde é necessário ousar para avançar para uma compreensão maior. Repetir as teorias físicas, matemáticas produz um bloqueio se aceitamos e nos detemos em suas conclusões. Em geral, o que chamamos ciência ou método científico são disciplinas limitadas por certos pressupostos não comprovados. É necessário ir além para avançar, para se aperfeiçoar.
Toda a física, a química, a matemática e até a biologia estão acorrentados ao começo do Universo que pressupõe Tempo, como o início, e Energia. Essa Energia é fixa, única, e supostamente, sentimos seus efeitos desde esse início mítico até agora. É preciso se dar conta de que se não acontecesse nada, uma liberação de Energia, não se poderia falar de Tempo.
Aqui todo o edifício da ciência se apoia em conjecturas, em hipóteses, em mitos e imaginação. Seriam acontecimentos de um passado muito distante, irreproduziveis, imaginados, que resultaram no mundo atual. Ora, mas e “antes” e a Vibração, e Força – qual sua origem?
O Som Primordial, a Palavra, o Verbo que emana do Criador inicia a contagem, o evento, o movimento. O Nada, o Vazio não pode produzir algo. Talvez, e pode-se prever que muitos se perguntem: por que devo me ocupar disso? Isso não é assunto para os “cientistas”, para os doutores, ou os teólogos e filósofos? Bem, se eles avançam aqui, parabéns, mas isso de nada serve para mim e para você porque essas são questões fundamentais que se não são trabalhadas dentro de cada pessoa, serão um impedimento absoluto para sua evolução. Não se pode chegar no topo sem começar a escalar.
Muitas coisas não podem ser compreendidas fora, mas podem ser vividas dentro. A vida, a Palavra, a Vibração, o OM, pode ser ouvido e sentido permanentemente. O Homem é um microcosmo num macrocosmo, num cosmo infinito, incompreensível se não se olha para dentro.
Assim como nas Parábolas contadas pelo Mestre, o mundo é simbólico, parabólico, um meio de acessar o psíquico profundo, a mente complexa acima do cérebro robótico atado aos sentidos. O mito da Criação que nos traz Zarathustra não pode ser compreendido se não é vivido, sentido e pensado profundamente. Tal como apresentado por esses pictogramas, o Tempo tendo um início onde a Energia se manifestou pela “primeira vez” não foi algo que aconteceu há bilhões de anos num Big-bang cósmico. Sempre podemos perguntar e antes? e de onde veio a energia? E, ainda antes, e de onde?
Assim, é incontornável que a origem não está no mundo visível, material, morto, inconsciente e do qual teria surgido toda a ordem, as leis naturais e a vida. De onde, então? Se um Homem não se dá conta de que tudo isso é um meio para um fim, a saber, sua evolução consciente e voluntária e não um fim em si mesmo, um mundo morto, mecânico, um acidente, um acaso, sem sentido, estará completamente perdido e o Tempo o engolirá como Apophis, a cobra egípcia que devora as almas alienadas.
A origem e a fonte dessa Energia, dessa Força inteligente não é acessível pelos sentidos, nem por nenhuma tecnologia, mas pela atenção e pela consciência. Nenhuma equação E=MC² lhe resolverá a equação da sua vida, mesmo que possa servir de suporte para meditar.