O Jardim do Éden representa o universo em completa harmonia com a Lei. E ele também indica as melhores pré-condições para a vida humana. Se o homem está em harmonia com a Lei receberá todas as bênçãos.
A Árvore Essênia da Vida é o símbolo básico da Irmandade Essênia. Ela é o símbolo essênio da totalidade das leis naturais e espirituais e forças e poderes naturais e espirituais. É o reino ao qual o homem pertence quando ele vive em harmonia com a Lei.
Deus não proibiu que o homem comesse da árvore da vida, mas sim da árvore do conhecimento do bem e do mal – dessa ele não deveria comer! Essa é uma outra árvore , da qual, se comemos, conheceremos não somente o bem, mas o mal também!
O mal não existe, mas o desvio da Lei, sim. A Lei, o Criador, quer que o homem conheça apenas o bem, e não o mal. A Lei proíbe que o homem conheça o bem e o mal, porque é o seu destino conhecer apenas o bem. O mal não tem realidade em si mesmo, mas o homem lhe dá realidade ao nomina-lo e ao desviar-se da lei. A combinação de mal e bem, limitará o bem – criando um mundo de limitação e negação, ele perde o Jardim do Éden, o qual é apenas bem e perfeição.
No Gênesis está descrito como o homem preferiu a árvore do conhecimento do bem e do mal à Arvore da Vida. A serpente é um símbolo antigo, representando uma baixa forma de existência, que se arrasta no pó, incapaz de se erguer, totalmente imerso nos sentidos, na mente superficial que, por sua limitação e imperfeição coloca tudo em duvida e sujeito a tentação – ou é ela mesma a origem da tentação. Essa condição contamina o corpo de sentimento com emoções negativas.
A mulher e o homem são símbolos do pensar e do sentir. A mulher representa esse pensar ligado aos sentidos- visão, audição, etc. (passivo) e o homem as emoções primárias orgânicas. O pensar passivo, como o sexo feminino é passivo, é apenas reativo; e o sexo masculino ativo, cai, pelas emoções na sedução do sim/não, das soluções fáceis, nas necessidades primárias de subsistência e sexo e que, em seguida, ao serem frustradas, se rebelam e erguem sentimentos de medo, raiva, egoísmo, vaidade, ciúme. A queda, então, é inexorável. A dúvida, a rebeldia, as emoções negativas de culpa e medo, tudo porque os sentidos não são os instrumentos, junto com o pensar passivo, para viver no Jardim do Éden como determinantes. Depois de tudo, do exílio auto imposto (“expulsão do paraíso”), o homem poderá retornar, se voluntariamente, depois de se dar conta de sua situação, renunciar ao desvio e voltar a comer só da Árvore da Vida.
Moisés ergueu a serpente no deserto! Ou seja, ele resistiu às tentações de resolver as coisas pela matéria, por aquilo que os sentidos indicavam e que sempre apontavam direções contraditórias – pela revolução, ou renúncia aos ideais, ou por compactuar com os poderes constituídos dos faraós. Ele escolheu a Lei, onde não há dúvida, onde voluntariamente o homem não se deixa tentar pelo caminho fácil, mas conhece e segue a Deus. A mente passiva, o centro formatório, é verdadeiramente o diabo – o pai da mentira e homicida, que tem uma função, mas que deve seguir e jamais comandar. Também o Filho do Homem deve ser erguido, elevado acima do mundo, dos interesses mundanos. O seu corpo, seu prestígio, tudo o que os sentidos autenticam, deve passar e só a obra, com os ensinamentos, deve persistir – e isso é pessoal. A sua eliminação pelos poderes mundanos, através da mentira, não diminuem ou anulam o que ele ensinou, mas obriga aos seus discípulos a dar um salto para um outro nível de compreensão – fé! Tudo deve então, ocorrer dentro, pessoalmente. E isso é um Trabalho, um Caminho, onde a vida é um meio para um fim e não um fim em si mesma. Ou seja, não há vitória como concebida pelas pessoas incultas, que medem tudo pelas “conquistas”.
Aqui nessa passagem do EVP fica claro:
- E Yaohushua respondeu: “Se eu sou erguido na cruz, então verdadeiramente o cordeiro será morto; mas ai daquele pelo qual ele é entregue nas mãos dos assassinos: seria melhor para ele não ter nascido.”
- “Porque, digo a vós, para este fim vim ao mundo: para que eu possa pôr fim em todas as oferendas de sangue e no comer da carne dos animais e dos pássaros que são mortos pelos homens.”
- “No início, Deus deu para todos os frutos das árvores, as sementes e as ervas por alimento; mas aqueles que amavam a si mesmos mais do que a Deus ou a seus semelhantes corromperam seus caminhos, trouxeram doenças aos seus corpos e encheram a terra com luxúria e violência.”
- “Não por derramamento de sangue inocente, portanto, mas por viver uma vida justa, encontrareis a paz de Deus. Chamai-me o Ungido de Deus, e dizeis bem, porque eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida.
- “Caminhai no caminho e encontrareis a Deus. Procurai a verdade e a verdade vos fará livres. Vivei a vida e não vereis a morte. Todas as coisas estão vivas em Deus e o Espírito de Deus preenche todas as coisas.
- “Tomai os mandamentos. Amai o vosso Deus com todo o vosso coração e amai o vosso próximo como a vós mesmos. Sobre estes se apoiam toda a lei e os profetas. E a soma da lei é: Não façais para os outros o que não desejais que os outros vos façam; e fazei aos outros o que desejais que os outros vos façam.
- “Bem aventurados são os que tomam esta lei, porque Deus está manifesto em todas as criaturas. Todas as criaturas vivem em Deus e Deus está oculto nelas.”
Após o primeiro desvio da Lei, o homem vê negações e imperfeições onde elas não existem. Ele imagina imperfeições e lhes dá realidade, nominando-os. O processo degenerativo avança. O fazer vestimenta, no mito adâmico, representa o primeiro trabalho desnecessário do homem. Desde aquele momento, a história da humanidade não tem sido senão uma série de trabalhos desnecessários envolvendo um grande gasto de energia.
O homem tem se ocupado, então na manufatura de todas as espécies de coisas e de “ciência” – que pretende dominar a natureza e mudar a criação, como resultado de seu desvio da Lei. Uma vez que esse processo se inicia e coisas desnecessárias e certamente prejudiciais são construídas, todas as outras seguem. O homem que deveria estar vivendo em paz e felicidade e ocupado com o progresso interior, se condenou ao trabalho inútil e tóxico.