A liberdade consiste na compreensão da Lei e na observância voluntária dela.
Moisés trouxe para a humanidade a Lei assim:
“Desde que Eu sou a Lei, teu Deus que te tirou da terra do Egito, do estado de escravidão, não terás outras leis além de mim.”
Ou seja, está proibido ao homem criar leis artificiais, desde que não há lei a não ser a Lei primordial da qual estão derivadas todas as leis da natureza e da consciência do homem.
Fica claro que o homem está escravizado quando ele não conhece, não compreende, não pratica a Lei e, quando pratica e segue leis artificiais no lugar da Lei, adorando outros deuses, outras leis – isso é paganismo!
Somente a Lei pode torná-lo livre!
Através de toda a história o homem insiste e de maneira rebelde, insana, manufaturar leis artificiais e mortas (e as adora – como os pagãos que adoram ídolos mortos). Aí está a fonte de suas dificuldades.
Continuando”
“Não esculpirás uma imagem por ti mesmo na semelhança de nada que está nos céus acima ou na terra abaixo, ou nas águas sob a terra”
Essa é uma expressão da Totalidade da Lei. O homem é advertido não basear sua vida sobre um fragmento da Lei, mas sobre a totalidade dela, sobre a totalidade de todas as leis. O esforço pela síntese, antes que pela análise, deve ser feito por cada pessoa. A natureza visível não deve ser considerada o princípio supremo – a lei da causa e efeito é relativa e, portanto, a lógica da ciência só tem utilidade prática para assuntos menores. As tentativas da ciência de determinar e definir o mundo são patéticas e resultam em perda da liberdade, tal como assistimos e sofremos agora.
A incapacidade e a preguiça acabam por limitar a vida humana a uma visão parcial e estática, morta, quando a vida e o mundo é uma unidade de energia dinâmica e sempre em transformação.
A pressa e a leviandade de tratar o invisível, a origem, o milagroso em uma coisa visível, estática, final, é um erro que o escraviza, tal como as leis mecânicas, dogmáticas escravizavam a todos no Egito, pelo Faraó e seus burocratas. Não há nada estático no universo – estamos em meio a um turbilhão de forças naturais e da consciência, visíveis e invisíveis. Cair na tentação de criar um mundo artificial e morto, definitivo, pela ciência e um sistema político é retroceder ao horror do Egito do Faraó.